Contra exclusão<br>da língua portuguesa

O deputado do PCP no Parlamento Europeu, João Ferreira, vice-presidente da Assembleia Parlamentar Paritária ACP-UE, decidiu não participar na sessão desta Assembleia, que teve lugar em Nairobi, no Quénia, de 17 a 21, em protesto pela não disponibilização pelo Parlamento Europeu de serviços de interpretação activa de português.

Em comunicado, os deputados do PCP recordam que «o português é uma das cinco línguas oficiais da Assembleia Parlamentar Paritária ACP-UE».

Além de ser uma das línguas oficiais da União Europeia, «é também a língua oficial de seis dos países que integram esta Assembleia (Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste)».

De acordo com o regimento, compete ao Parlamento Europeu assegurar os serviços de interpretação em cada uma das línguas oficiais.

Ao tomar conhecimento que não seria garantida a presença na Assembleia da cabine portuguesa, e que por conseguinte não seria disponibilizada interpretação activa em português, o deputado do PCP de imediato contactou o presidente da Assembleia Parlamentar Paritária ACP-UE, Louis Michel, solicitando-lhe que a decisão fosse revertida, «em nome do respeito pelo princípio do multilinguismo e pelo regimento». No mesmo sentido, foi também contactado o presidente do Parlamento Europeu, Martin Schulz.

Na ausência de resposta favorável, o deputado do PCP, João Ferreira, transmitiu aos serviços competentes um protesto formal, cancelando a sua participação.

A Assembleia Parlamentar Paritária ACP-UE reúne deputados do Parlamento Europeu e parlamentares de 78 países de África, Caraíbas e Pacífico.




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